A liberdade é uma dimensão com uma
importância espantosa! Uma importância que deveria ser usada e utilizada por
todos. Pelo próprio, pelo outro, pela comunidade, pelo povo, pelo mundo.
Começa por ser um conceito primeiramente individual, e só depois se estende de forma colectiva. Não é para todos, não é fomentada por todos, mas todos a deveriam poder exercer e dela fruir.
Começa por ser um conceito primeiramente individual, e só depois se estende de forma colectiva. Não é para todos, não é fomentada por todos, mas todos a deveriam poder exercer e dela fruir.
Curioso como já de si, algo que não
devia possuir amarras, está contido pelos muros da palavra. Se pensarmos numa
lógica puramente linguística, sentimos que a palavra liberdade fica truncada e
manietada da sua verdadeira abrangência. Se lhe trocarmos as letras ou
invertermos a ordem, o significado deixa de existir, a palavra já não existe!
Refém da sua existência visual e escrita.
A prisão física é o componente mais
ilustrativo da perda de liberdade. O cercearem-nos da liberdade de movimentos,
de não podermos extravasar uma zona delimitada é uma condicionante terrível.
Como verão o mundo os presidiários, pelas grades de uma janela que os impede de
libertar o seu corpo? Esta limitação aos nossos movimentos e a imposição de
regras, sem dúvida representa um castigo e uma punição pesada naquelas vidas
sentenciadas. Os mesmos muros e as mesmas rotinas que desgastam os corpos, e que por
sua vez arrastam as mentes para um caminho de resiliência, mais do que
resistência.
Se repararmos nas nossas vidas,
reconhecemos que muitas têm a sua liberdade condicionada pelo trabalho, pela
família, pelo estado, pela falta de dinheiro, e por muitas outras diversas circunstâncias.
Existe na maioria dos casos, uma realidade ou uma conjuntura que nalguma etapa
do desenrolar da nossa liberdade, se interpõe e nos obstaculiza o avanço no
terreno. Mas a liberdade vai em crescendo, progredindo e somando pequenas
liberdades que nos dão até mais autoconfiança. Em última instância e extremando
as situações, tudo nos pode condicionar, mas conscientemente não podemos actuar plenamente livres em todas as opções, pois isso nos poderia levar à apologia
da anarquia e ao princípio do caos. Estou em crer que todas estas fronteiras que
nos condicionam e delimitam a expansão das nossas escolhas, se transformam numa
barreira natural ao excesso de liberdade que poderíamos eventualmente tomar.
Senão, onde iríamos parar?
Em crescendo de liberdade corremos o risco de cair na libertinagem...
Em crescendo de liberdade corremos o risco de cair na libertinagem...
Haverá algum limite à liberdade, ou
ela pode ser infinita...? Em teoria, devíamos sempre reger os nossos princípios
por aquilo que pensamos e escolhemos fazer, mas será que isso é o melhor para
nós ou para o outro? Será que não colide com nenhum arco de conforto de
terceiros?
A verdade é que a liberdade
individual e as suas escolhas nunca serão demais, e o verdadeiro limite deve
ser aquele que cruza com a independência do outro. Isto é, a minha liberdade de
acção é em teoria total quando essa acção não afecta terceiros. Quando não
ofende, quando não interfere, quando não influencia negativamente ninguém nem o
próprio. Esse deverá ser o limite da nossa liberdade. Deveria ser uma regra
básica e para mim constitui-se como um pensamento chave na construção de uma
sociedade justa e tolerante. A liberdade é o direito de fazer tudo quanto não prejudique a liberdade dos outros.
Um dos aspectos mais valiosos da
liberdade que temos, é a de poder escolher o nosso destino sem
condicionalismos, sem interposições, sem preconceitos. Ser livre de traçar o nosso
rumo e de fazer as nossas escolhas de vida é de uma riqueza imensa, porque nos
faz passar por um exercício importante para a maturidade que é a análise e
reflexão. Depois de analisarmos e reflectirmos sobre o que quer que seja,
tiramos as nossas conclusões e assumimos os nossos caminhos. Se tivermos a
liberdade de poder escolher o melhor, então seremos felizes porque pudemos
optar. E a liberdade verdadeira não se compadece de fios ou amarras que lhe
tolham o rumo, ou por ventos que a puxem para trás. Mas para termos estas
opções temos de estar munidos de instrumentos que nos possam dar a tal
liberdade de escolha. A autonomia física, a emocional, a financeira, a laboral,
são muito mais determinantes que a independência, porque implicam uma gestão do
próprio. Mesmo que dependam de algo ou de alguém, têm implícito um envolvimento
e uma aprendizagem em moldes positivos.
No entanto, de nada valeriam todas
estas liberdades, se não existisse a mais importante de todas: o pensamento!
Aqui a liberdade é infinita, as fronteiras não existem, e a capacidade de
produção pode testar os mais diversos modelos e cenários sem qualquer limite.
Por isso o pensamento nunca poderá ser preso e será sempre livre de divagar sem
paredes invisíveis que lhe borrem o alcance do horizonte. É esse o último
reduto do homem.
Podem prendê-lo atrás de grades, podem tapar-lhe a boca, podem torturá-lo, podem privá-lo de tudo, que o seu pensamento conseguirá gritar mais alto e sobrepor-se a aquilo que lhe querem impor.
Podem prendê-lo atrás de grades, podem tapar-lhe a boca, podem torturá-lo, podem privá-lo de tudo, que o seu pensamento conseguirá gritar mais alto e sobrepor-se a aquilo que lhe querem impor.
Cabe-nos dar o exemplo de uma
liberdade sã e contagiante.
Pratiquemos a liberdade e lutemos
para que os outros a possam exercer também!
"Find your freedom. Live your life. Free the world"
Um abraço livre